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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

TCU vê irregularidades em 16 universidades federais

Auditoria feita em 16 universidades federais pelo TCU (Tribunal de Contas da União) detectou irregularidades no uso das fundações de apoio das instituições --entre as auditadas, estão UFMG, UFPR e UFBA.

A auditoria foi realizada no segundo semestre do ano passado, depois do escândalo entre a UnB e sua fundação de apoio (Finatec), que levou à renúncia do reitor Timothy Mulholland.

Entre os problemas apontados, há a falta de prestações de contas, dispensas ilegais de licitação, concessão de bolsas de estudo "exorbitantes" e contratação de funcionários das fundações de apoio para ocupar cargos sem concurso público.

O TCU não deu detalhes sobre cada caso, alegando que os processos ainda estão sendo apurados e que os reitores ainda serão ouvidos.

As fundações têm como uma de suas funções a captação de recursos na iniciativa privada para complementar os orçamentos das instituições. Elas ajudam a manter a autonomia das universidades e a garantir o funcionamento de novas pesquisas e projetos.

No entanto, o relatório do TCU diz que muitas dessas fundações passaram a ser usadas como laranjas ou caixa-dois.

Foram fiscalizados 464 contratos e convênios referentes principalmente a 2007 e 2008 e que alcançaram o montante de quase R$ 950 milhões.

A escolha das 16 Ifes (Instituições Federais de Ensino Superior) não seguiu um critério único, mas a amostra apontou problemas em todas elas.

O relatório do TCU, divulgado no final de novembro, admite a possibilidade de que todas as 60 Ifes existentes permitam as mesmas irregularidades.

Existem, atualmente, 111 fundações de apoio no país com credenciamento válido no MEC (Ministério da Educação). O TCU chegou a encontrar prestação de serviços de fundações de apoio não credenciadas no MEC.

Uma das práticas apontadas pelo TCU é a transferência dos recursos enviados pelo governo federal para contas privadas das fundações de apoio, de forma a garantir a execução do orçamento. As universidades têm de gastar os recursos no mesmo ano em que eles são transferidos pelo governo, e isso muitas vezes ocorre com atraso, no fim do exercício financeiro.
"Em muitos casos, os contratos tinham a função de produzir recursos excedentes, guardados pelas fundações, mas sob gerência informal dos reitores", disse o TCU em nota.

Um dispositivo criado na Lei Orçamentária Anual de 2009 prevê que esses recursos possam ser transferidos para o ano seguinte, o que pode diminuir as práticas ilegais, diz o MEC.

O acórdão do TCU fez diversas determinações aos ministérios da Educação, do Planejamento e da Ciência e Tecnologia no sentido de aumentar a transparência e a fiscalização e para tentar conter as irregularidades apontadas. O governo federal tem até o final de maio para cumprir as determinações e criar novas normas para as universidades, sob pena de multas e outras sanções.
O MEC informou que um grupo de trabalho interministerial já está sendo formado e que "o prazo será cumprido".

As instituições serão convocadas para responder aos questionamentos a partir do mês que vem e cada processo será avaliado individualmente pelo TCU, podendo levar a interrupções de obras, formulação de licitações e aplicação de multas para cada contrato que for constatado como irregular, ao final do processo.


GUSTAVO HENNEMANN
da Agência Folha

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