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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Eleições 2010: redes Sociais e as novas estratégias políticas

O interesse da classe política pelo assunto já está sendo considerado a nova estratégia de marketing do período.

A campanha política do atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não entrou para a história apenas pelo fato de que pela primeira vez um negro ascende em um país marcado por disputas raciais. Ele também foi o primeiro candidato a dispensar o financiamento público. Mesmo optando apenas pelas contribuições de seus apoiadores, o candidato levantou 600 milhões de dólares.

Foi utilizando a internet, em 2008, com vídeos dirigidos diretamente ao eleitorado, que Obama reuniu o dinheiro necessário para a campanha e ainda aproximou o relacionamento com os eleitores. Chefes de estado e de governo como Nicolas Sarkozy (França), Angela Merkel (Alemanha) e Silvio Berlusconi (Itália) são líderes que seguiram os passos do americano. No Brasil, o interesse da classe política pelo assunto já está sendo considerado a nova estratégia de marketing para estas eleições.

De acordo com Sergio Amadeu, sociólogo e doutor em ciências políticas pela Universidade de São Paulo (USP), as redes sociais estão mudando a política. "Elas permitem que o cidadão comum possa se articular de maneira rápida e abalar as estruturas consolidadas de poder. Antes uma ideia que não tinha muito apoio tinha dificuldade de se proliferar, hoje já não é mais assim. É rápido".Para a geração que cresceu assistindo propagandas políticas na TV, comandadas pelos mestres da publicidade, ter acesso direto aos seus candidatos representa um grande salto. Redes sociais como Facebook, MySpace, YouTube, Flickr, Orkut e, principalmente, o Twitter tornam cada vez mais fácil questionar, debater e esclarecer questões no complexo e dinâmico mundo da política.

Disputa virtual

“Nunca a internet foi utilizada como está sendo agora. É um meio de comunicação extremamente moderno, com público numeroso e baixo custo. Só que as redes sociais têm as suas regras", aponta Rubens Figueiredo, cientista político e consultor de marketing político. Segundo ele, as pessoas têm interesses específicos quando se conectam às redes, portanto "é preciso tomar cuidado ao utilizá-las", afirmou.É de olho nos 32 milhões de eleitores brasileiros com acesso à internet que marqueteiros dos principais partidos políticos do país apostam nas redes sociais. Segundo levantamento da secretaria de comunicação da Câmara Federal, o número de leitores dos microblogs dobrou em cinco meses e 67% dos deputados federais já possuem o perfil no Twitter.

Os parlamentares sabem que essa ferramenta, assim como outras redes sociais, é quase indispensável para quem quer se comunicar com o jovem brasileiro. Muitos senadores respondem a "apelos virtuais" como forma de garantir voto. A cibermilitância pela aprovação da PEC da Juventude é um exemplo claro das articulações políticas nas redes (em julho), assim como a guerrilha virtual que mobilizou o senado a votar "sim" para a emenda que prevê 50% dos recursos do fundo social do pré-sal para a educação (em junho).

Estar presente na internet, no entanto, não será o suficiente para colher sucesso nas urnas. É preciso montar uma estratégia criativa, inédita e que utilize mensagens para públicos específicos. "O Obama foi eleito, principalmente, por captar a conjuntura anti-Bush e por ser de fato um ativista negro. Sem as redes sociais ele não seria bem sucedido e talvez não conseguisse apoio dos democratas, mas isso não foi o fator chave", ratifica Sergio Amadeu. Isso porque o carro chefe dessas eleições ainda é a televisão, como explica Rubens Figueiredo. "O alcance de penetração da televisão é muito maior. A internet não substitui nenhum meio de comunicação. O que existe é uma convergência entre as mídias, elas se completam", esclareceu.

Como utilizar redes sociais nas eleições.

Haverá liberdade de expressão por parte dos candidatos que poderão utilizar o Facebook, Twitter, Youtube, entre outras ferramentas. Copiando o sistema de marketing digital de Barack Obama, a aprovação de uma minirreforma eleitoral pelo Congresso Nacional em setembro de 2009, permite que, em 2010, os partidos usem a rede também para receber doações, inclusive com cartão de crédito e boleto bancário.

O site Digital Marketing publicou um artigo sobre como os candidatos podem utilizar as redes sociais de maneira eficiente. Algumas sugestões avisam os políticos da importância de responder cordialmente a todos os comentários e sempre gerar discussões em torno de suas propostas políticas.

Além disso, mobilizar assessores e partidários para que eles promovam conteúdos espontâneos, como mensagem de texto, email marketing, artigos em blogs, SMS e áudio. Há ainda uma dica básica para os políticos e militantes de plantão: "nunca, em hipótese alguma, confunda mensagem com SPAM. Toda mensagem enviada sem a prévia autorização de quem está recebendo é caracterizada como SPAM e invasão de privacidade. Isso não seria nada legal para sua imagem".

Os presidenciáveis na Internet

Os três principais candidatos à presidência, Dilma Rousseff (PT). José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) aderiram a quase todas as redes sociais, principalmente o twitter. Para os candidatos, é uma oportunidade, em 140 caracteres, de conversar com militantes e eleitores e de informar, por exemplo, a cidade em que estarão ou para que veículo da imprensa darão entrevista.

Dilma Rousseff
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José Serra
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Marina Silva
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Por Patricia Blumberg,no portal estudantenet.org.br


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