Artigo: Outubro: Nem um passo atrás que não seja pra tomar impulso

Mais uma vez na história política do Brasil e do Amapá se levanta duvidas sobre o papel dos meios de comunicação na cobertura do processo eleitoral e no processo de democratização e do acesso a informação pela sociedade, o que podemos chamar de opinião pública.

Em 2006, algo parecido aconteceu vindo daqueles que controlam e manipulam as informações sobre o que rola nos bastidores e na vida publica de candidatos e candidatas. Quem não se lembra da campanha publica de tentar desmoralizar o PT e o presidente Lula na tentativa de derrubar o voto popular forçando um segundo turno, o que até então todos dariam como incerto.

Isso acontece não só aqui no Brasil, mas já há casos comprovados na Venezuela contra Hugo Chávez, na Bolívia contra Evo Morales e na Argentina, onde o PIG (Partido da Imprensa Golpista) orquestra manobras até mesmo separatistas, preconceituosas e racistas por parte das elites que monopolizam os meios de comunicação no Brasil e na America Latina, atentando contra os direitos humanos e a democracia política.

Ao contrário das intenções dos partidos de direita e de seus aliados tradicionais, o povo e sua esperança de dias de paz e melhores para o conjunto da sociedade vêm dando um banho de como se deve fazer opinião publica e como se defende direitos democráticos nesse país.

Não caindo no jogo sujo das elites e no golpismo midiático concedeu em 2006 mais uma vez um mandato a um nordestino, filho da classe trabalhadora, oriundo das lutas sindicais ainda como metalúrgico e como disse ele próprio: “não tem universidade, não fala inglês, mas recebeu das mãos do povo o maior diploma que um cidadão pode receber nesse país, que é o de presidente da república”.

Novamente os tentáculos dos poderosos e da direita com forte influência nos grandes jornais, na televisão e no rádio tentam forjar a opinião publica e usurpam um direito conquistado pelo povo. O direito a informação e a verdade, mesmo que essas informações não sejam compartilhadas com a camada majoritária proletária e popular da sociedade brasileira. O que se observa a cada dia é o papel que a mídia continua tendo no resultado das eleições e na disputa política no Brasil.

Quem acompanha o debate conservador e a campanha publica de desmoralizar Marta Suplicy em São Paulo sabe do que estou falando. O preconceito claramente homofóbico e machista contra Marta e a esquerda é visto diariamente nos meios de comunicação. Mostrando claramente que as elites ainda padecem de um ódio raivoso contra o PT e a classe trabalhadora brasileira, além das minorias subjugadas historicamente pelo preconceito racial, sexual e de gênero.

Em Macapá, por exemplo, a Frente pela Mudança vem tirando o sono dos poderosos e dos coronéis que controlam o governo do estado, a Assembléia Legislativa e o Império da Comunicação do estado do Amapá. É só olhar as reportagens diárias dos principais jornalões de circulação e o debate travado à favor do candidato da direita que eles fazem nas rádios e nos outros meios de comunicação do estado.

O primeiro turno já significou uma grande derrota para as velhas raposas da política amapaense, eles foram banhados pelas vitórias populares, onde mais uma vez a esperança já venceu o medo.
Em Santana o PT foi vitorioso numa chapa de composição com partidos de esquerda e numa campanha de forte mobilização popular. O petista Antonio Nogueira mais uma vez derrotou tudo que tem de mais podre na política amapaense: a direita corrupta e seu braço auxiliar, que tentou de todas as formas manipular pelo poder político e pela força do dinheiro, com ataques pessoais e contra o governo popular a opinião e o voto dos cidadãos santanenses.

Em Macapá o PSB de Camilo Capiberibe vem desempenhando a tarefa política que o PT de Santana desempenhou no 1º turno. Dando uma lavagem nas pesquisas de opinião e nas urnas. Agora o grande desafio é derrotar inclusive setores da esquerda que se alinharam ao projeto de poder da Assembléia Legislativa e do Palácio do Setentrião. Sabemos que tal tarefa não é fácil, pois a direita tem muitas armas a seu favor, dispondo de um arsenal poderoso são capazes de tudo e já partiram pra ataques pessoais e pro desespero da compra de votos e do abuso de poder econômico.

Não é apenas a vida do povo que está em jogo, mas o futuro da esquerda ou o continuísmo de um projeto de poder encabeçado pelos principais partidos de direita do estado: PSDB, DEM, PDT e seus aliados políticos. No outro campo com as vitorias das esquerdas abrem-se novas possibilidades de um novo ciclo de mudanças sociais para o Amapá, além da possibilidade de ruptura e de derrota do projeto das elites em 2010.

O meio do mundo vai tremer de felicidades e as margens do rio Amazonas, as lutas populares soprarão as ondas que expulsarão novamente a intenção de se concretizar o projeto de poder encabeçado por aqueles que num passado nem tanto distante rapinaram o estado brasileiro, estão sucateando o Amapá e destruíram as esperança de milhares de pessoas inocentes. Os mesmos que desencadearam um processo predatório no estado mais preservado ambientalmente do país, aumentaram os índices de criminalidade e destruíram os sonhos de nossa juventude e humilharam os setores oprimidos da sociedade amapaense não receberão nunca mais a confiança de nossas mãos.

Aqueles que especularam financeiramente nosso patrimônio natural e venderam nossas riquezas, se envolveram em falcatruas e que já conheceram o poder das forças naturais e de nossas maravilhas, experimentaram através da “pororoca” e de outras forças divinas vão ser mais uma vez expelidos pelos ventos que sopram forte e das águas do doce rio Amazonas que se encontra com as águas salgadas do oceano atlântico pra bem longe do patrimônio do povo Macapaense.

O dia 26 de outubro será um dia que irá marcar a historia política do nosso estado. Não é só pela vitoria em um dia especial, mas pela simbologia das lutas sociais que se deram em outubros passados. O outubro que avermelhou com a Revolução Russa de 1917, o mês que marca também no dia 09, além do meu aniversário, a data da morte de Che Guevara, um combatente que lutou para libertar a America Latina do imperialismo. Foi um mês de tristeza também, pois perdi meu irmão que foi brutalmente assassinado pela violência que toma conta de nosso estado e que criminaliza e faz vítima a nossa juventude. O outubro de 2008 ficará marcado nas memórias daqueles que sonham com um mundo melhor para nosso povo.

Santana já foi palco da mudança, aqui o coração do estado bombeou o sangue vermelho para nossa cidade irmã que ajudará a construir uma verdadeira revolução democrática e social em nosso estado. Os grandes vencedores não foram as noticias mentirosas publicadas nos diários da direita, quem venceu foi a verdadeira opinião publica forjada na mentes e corações daqueles que acreditam na força emanada pelo povo.

Com certeza a partir deste outubro a história do Amapá não será a mesma, as esquerdas terão um novo papel que será de manter firme suas convicções políticas para juntos construirmos a unidade popular em torno de um Amapá melhor e livre do domínio de coronéis, do latifúndio e da miséria criada pelos donos do poder.

Viva a esquerda e como disse Che daqui para frente “Nem um passo atrás que não seja para tomar impulso” para construirmos esse novo processo revolucionário que será dado pelo poder da mobilização e das lutas do povo amapaense nos próximos anos de nossas vidas.

Heverson Castro – 22 anos, é membro do Diretório Municipal do PT de Santana e signatário do “Manifesto oPTei 40”.